O presidente da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), Ignacio Alonso, levantou a possibilidade de clubes do Uruguai evitarem viagens ao Brasil em protesto contra o tratamento que têm recebido em competições internacionais. A declaração foi feita em entrevista ao Carve Deportiva, na qual Alonso expressou preocupação com a segurança e o respeito às equipes estrangeiras em solo brasileiro.
Movimento Ganha Força Entre Clubes Uruguaios
De acordo com Alonso, há conversas entre dirigentes uruguaios sobre um possível boicote a partidas no Brasil. A insatisfação aumentou após episódios envolvendo clubes do país em confrontos recentes, como o que ocorreu entre Racing-URU e Botafogo.
"Os times estão se mexendo, falando entre si, alguns querem tomar decisões de não irem ao Brasil ou recomendar de não ir ao Brasil", afirmou o presidente da AUF, destacando que o problema precisa ser tratado em um nível mais alto, incluindo o envolvimento dos governos para garantir medidas mais rígidas contra possíveis agressões.
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Foto: Carve Deportiva | Ignacio Alonso, presidente da Associação Uruguaia de Futebol |
Críticas às Ações Disciplinares no Futebol Sul-Americano
Além da questão de segurança, Alonso criticou a forma como casos de violência e racismo são tratados no continente. Segundo ele, o Uruguai aplica punições rigorosas para atos discriminatórios, mas episódios de agressões a jogadores e torcedores estrangeiros em competições sul-americanas acabam ficando impunes no Brasil.
"Aqui, quando há racismo, tem multas, processos. E quando passa isso lá (agressões), nada acontece", declarou o dirigente, cobrando uma postura mais firme das autoridades e das entidades esportivas.
Futuro das Relações Entre Clubes do Brasil e Uruguai
Com a tensão crescente, a possibilidade de um boicote levanta um alerta para o futuro das relações esportivas entre os dois países. Caso os clubes uruguaios realmente optem por evitar jogos no Brasil, a Conmebol pode ser pressionada a tomar medidas para garantir a segurança e o respeito às delegações estrangeiras.
O tema deve continuar em discussão nos bastidores do futebol sul-americano, e novas reuniões entre dirigentes podem definir os próximos passos dessa polêmica.