A Confederação Brasileira de Futebol iniciou um debate sobre a criação de um modelo de Fair Play Financeiro que, caso implementado, poderá limitar o aporte de investidores nas Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) para a contratação de reforços. A proposta em discussão busca estabelecer que os investimentos estejam alinhados à receita real dos clubes, evitando desequilíbrios no mercado e fortalecendo a sustentabilidade financeira das equipes.
Pela ideia inicial, as SAFs continuariam autorizadas a investir na contratação de jogadores, mas dentro dos limites proporcionados pela arrecadação do clube. Aportes que ultrapassassem esse valor teriam de ser destinados a áreas estruturais, como categorias de base, centros de treinamento e melhorias de infraestrutura.
Objetivo é manter equilíbrio competitivo
O modelo é inspirado em práticas já adotadas no futebol europeu e tem como meta impedir que clubes dependam exclusivamente de grandes aportes de investidores para formar elencos competitivos. A medida também busca evitar a inflação no valor de transferências e salários, garantindo um mercado mais equilibrado entre SAFs e clubes associativos.
Segundo interlocutores, o sistema funcionaria como um freio para investimentos sem comprovação de receita, incentivando a profissionalização da gestão e a busca por novas fontes de arrecadação.
Discussão ainda está em fase inicial
O debate na CBF ainda está no estágio inicial e deve passar por reuniões com representantes de clubes, dirigentes e especialistas financeiros. A expectativa é de que, nos próximos meses, sejam apresentados estudos e possíveis formatos para aplicação do modelo.
Se aprovado, o Fair Play Financeiro brasileiro poderá entrar em vigor de forma gradual, dando tempo para que os clubes se adaptem às novas regras. O tema deve ganhar destaque nos próximos Conselhos Técnicos e fóruns de discussão do futebol nacional.
Marcio Dolzan/Lance! |